Virou lei! Nova Iorque considera ilegal venda de curtidas e seguidores em redes sociais
A Procuradoria Geral de Nova Iorque, Letitia James, anunciou na última semana um acordo com a Devumi, empresa que se viu embaraçada após o jornal New York Times divulgar as vendas de milhões de likes, retweets e seguidores falsos nas redes sociais.
Presentes em redes como Twitter, YouTube, LinkedIn, SoundCloud e Pinterest, os bots ficaram sem controle. De acordo com o gabinete da Procuradoria, contas falsas roubaram fotos de pessoas reais nas mídias sociais. A Devumi vendeu engajamento para celebridades, músicos e atletas, dando mais relevância para posts e opiniões de influenciadores.
É a primeira vez que uma agência de segurança pública dos EUA afirma que a venda de engajamento e roubo de identidades nas redes sociais é ilegal. A empresa não comentou as acusações.
A existência de contas falsas não são apenas um problema da lei, mas também um desafio para as principais redes sociais, como Facebook e Instagram. Em conferência realizada pela rede de Mark Zuckerberg, o Facebook divulgou que contas falsas podem representar 5% de sua base de usuários ativos, ou seja, 116 milhões de contas. E elas podem espalhar fake news e caos público.
O Messenger e o Facebook já anunciaram ações para limitar a atuação de contas falsas. O mensageiro nativo da rede social testou recurso que sinaliza mensagens enviadas por fakes, e a rede já excluiu mais de 500 milhões de contas no ano passado.
O falso engajamento também é utilizado para inflacionar a influência online dos clientes da Devumi, conforme mostrou a investigação de Letitia. Alguns clientes acreditavam estar pagando por seguidores reais, já que a empresa vendeu cerca de 250 mil engajamentos entre 2015 e 2017. Os lucros no período foram de US$ 15 milhões.
Um pacote de 500.000 seguidores no Twitter custava US$ 3.997 (R$ 14.570, em conversão direta). Likes e retweets eram vendidos em pacotes de até US$ 228 por ano. A empresa encerrou as operações em setembro de 2018. Com o acordo, a Devumi não pode mais repetir a prática, além de ter qeu pagar US$ 50.000 a Nova York pelos custos e taxas envolvidos na investigação da Procuradoria Geral.